sábado, 10 de junho de 2017

OS CAMPOS DE VÁRZEA E SUA IMPORTÂNCIA PARA COMUNIDADE

Exibir esse documentário é fazer as pessoas se identificarem na tela e permitir um significado muito maior a arte, diz o diretor Akins Kintê


Maiara, Akins, Renildo e Sheyla na sessão do Cine Campinho
Ele destaca a importância da identificação da produção quando sua exibição acontece nas periferias da cidade, o documentário é Várzea, bola rolada na beira do coração (2010) que quando é exibido nas quebradas as pessoas imediatamente se identificam.

Os campos de várzea estão em diminuição, principalmente pela especulação imobiliária, o poeta Akins destaca a sua importância como ponto de encontro, sendo um dos poucos espaços de lazer e cultura.

Visto também como um espaço de disputa política, os poucos campos sofrem com políticos que organizam melhoras para o campo e acabam destruindo as forças das lideranças locais, para Kintê o sintético permite um melhor uso do campo, mas é preciso que as pessoas venham de coração aberto e que não da pra aceitar aqueles que querem cobrar para os outros usarem o campo.

Akins na roda de conversa sobre o documentário - imagem Cine Campinho

Sobre a participação das mulheres no campos de várzea, ele afirma que os homens precisam mudar, pois tem muita mulher que vai para beira do campo porque gostam do futebol, de estar no local e não por interesse de se relacionar com ninguém, esse é um ensinamento que todos precisam aprender o mais rápido possível.

O encontro aconteceu 27/05/2017 e seu ponto de vista sobre os campos de várzea, política, participação da mulheres e o deslocamento pela cidade estão na íntegra na radioteca abaixo.


Por Sheyla Melo - Projeto Repórter do Futuro - Oboré Projetos Especiais.

sexta-feira, 9 de junho de 2017

A incessante busca pela liberdade de expressão


Discutindo os erros, aprendendo com o que foi feito e na busca para que todos tenham o direito de falar.



O Centro de Estudos de Mídia Barão de Itararé, organizador do 3ª Encontro de blogueiros e ativistas traz a tona reflexões sobre os riscos que corre a liberdade de expressão no país.


Mediada por Renata Mielli do FNDC (Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação), com a apresentação da Campanha calar jamais, que recebe denúncias de violações e perseguição a jornalistas e blogueiros.
Gleisi Hoffmann, senadora pelo PT - PR, afirma que a mídia brasileira possui um oligopólio da comunicação, com uma concentração econômica e de interesses privados, essa situação foi estabelecida com a agência de regulação que nasceu em 1962, no período da pré ditadura, permitindo as concessões para poucos grupos.

Gleisi atual presidente do Partido dos Trabalhadores afirma “Sem uma informação plural temos a censura”, segundo a senadora é preciso debater a regulação da mídia e também discutir a qualidade de conteúdo exibido.

Luciana Santos, deputada federal pelo PCdoB - PE faz a ligação do atual momento do país com as manifestações de julho de 2013 no qual intensificou-se a radicalização do campo ideológico e político brasileiro.

Ela também é presidente do Partido Comunista do Brasil e relembra que Lula ganhou um governo, mas que nunca foi aceito pelas bases conservadoras e que retiradas de presidentes populares do poder, não é um fato isolado, existem diversos na América Latina, aqui o último surgiu com o discurso de buscar o fim da corrupção e com pouco tempo já mostram um imenso retrocessos.

E destaca que a regulamentação dos meios de comunicação avançou muito pouco, mesmo no governo petista não houve o fim do monopólio na comunicação.

“Onde foi que erramos?” é o questionamento da jornalista Maria Inês Nassif, para ela erramos no engano de acreditar que uma vitória eleitoral representava a conquista da hegemonia e que a mídia não abalaria, pois ela foi o verdadeiro partido de oposição.
Outro erro foi o conformismo que os programas sociais do governo e seu benefício de retirar as pessoas do nível de pobreza, acessando o consumo, faria com que as pessoas não caíssem nos ataques da mídia.

O discurso anticorrupção trouxe junto o discurso conservador em retrocesso de lutas de anos, como a criminalização do aborto, LGBT, maioridade penal, entre outros.


E Altamiro Borges, presidente do Centro de Estudos da Mídia Alternativa Barão de Itararé, define que vivemos um novo golpe, um golpe essencialmente midiático, onde políticos e juristas viram personagens.
Essa mídia ajudou esse golpe e agora é um período muito perigoso, corremos sérios riscos da falta da liberdade de expressão, é um cenário sombrio, tornando estado de exceção, com  desmontes do Estado, do trabalho e da nação é o projeto neoliberal contra a democracia.

A mídia alternativa está sofrendo uma asfixia dos patrocínios que podem fazer o fim de publicações críticas

Por isso a luta pela liberdade de expressão, que todos tenham o direito de falar!

O encontro contou com a presença de jornalista, estudantes, representantes políticos, blogueiros, ativistas e interessado na compreensão no tema, esse foi o primeiro dia do 3ª encontro que aconteceu no Sindisep nesta sexta (09/6) e no sábado (10/6) continuará com muito mais.

Veja na íntegra o debate no link a seguir: https://www.youtube.com/watch?v=1vinOvQKGoM#t=148

 Por Sheyla Melo
Projeto Repórter do Futuro - Oboré
Colaboração Rua de Fazer e Moda em Movimento


quarta-feira, 7 de junho de 2017

Sarau na Jamil



O Sarau da Arte Maloqueira, propõe no mês de Junho um mergulho nos cadernos negros de escritoras e escritores da nossa terra mãe África.

Sabemos que no último 25 de Maio, foi lembrado como o dia mundial da África, para tanto, teremos presente nesses dias, ótimas referências locais desse grande continente, além de misturar o tema com as nossas tradicionais festas juninas, que sempre animam as pefirferias do País nessa época do ano.

Temos o intuito de partilhar com todas e todos, lindas poesias de nossas convidadas, ótimas músicas de artistas consagrados, além de uma fruição coletiva agregadora, pois queremos promover a arte e a vida com as coisas boas que ambas podem oferecer, iremos repassar a linha apenas pra quem sabe costurar, onde o tecido da alma ganhará nova forma.

Venham e saboreiem o doce mel das palavras, a linda visão de um sorriso, o gostoso som da alegria e a deslumbrante sensação de permanência visceral.

terça-feira, 6 de junho de 2017

O controle reprodutivos das mulheres


Por Sheyla Melo

No livro Admirável Mundo Novo de Aldous Huxley o controle reprodutivo das mulheres é feito por um cinto malthusiano, o nome é em referência a Thomas Robert Malthus (1766 — 1834) que formulou teorias sobre o controle populacional no qual continha três fundamentos: 
  1. A sujeição moral de retardar o casamento
  2. A prática da castidade antes do casamento
  3. Ter somente o número de filhos que se pudesse sustentar
O retardo do casamento e a castidade era prática imposta as mulheres, já que os homens boêmios não abandonaram a vida de prazeres e as responsabilidades de casamento e filhos ficou geralmente para as mulheres.

Na obra de Huxley, o casamento não existia, todos pertenciam a todos, esse era um dos ensinamento hipnopédicos e ter filhos era algo considerado dos selvagens e que assemelhava as pessoas aos animais.

Então a regra era não casar e não existiam filhos, crianças nasciam em tubos e em equipamentos de laboratórios e em caso de gestações existiam locais para abortos.
2017-06-06 (1)
Filme Admirável Mundo Novo de 1980 – na cena uma senhora da reserva de selvagem anuncia a Linda sua gravidez.
Linda foi deixada na Reserva Selvagem, engravida e da a luz a John, ela não suporta ser chamada de mãe e deprime-se pela experiência das consequências sociais e mudanças no corpo, ela falece após um longo período de coma causado por altas doses de soma.

Hoje vivemos a intensa luta pela legalização do aborto para a sua descriminalização, alguns países já possuem a legalização até 12ª semana de gestação. A maior reivindicação é pelo direito de decidir ser mãe, pois em grandes casos o fardo dessa escolha ficam nas costas das mulheres.

Ter a regra do controle das gestações e ter a regra de ser mãe, ambas impedem as mulheres o seu direito de escolher, a regra gera perseguição social para ter ou não ter e essa gera pressão na vida das mulheres. Os dois casos impedem o uso da reflexão, é necessário olhar para cada ser humana e vê-la como única, dotada de capacidade de escolher o que quer para sua vida.