A palestra iniciou após o café, Ética e relações humanas feita pelo professor Donizete Soares, os primeiros momentos ele fez a explicação sobre a Grécia e elementos que até hoje permanecem em nossa sociedade.
Refletimos sobre o tempo como uma maneira de nos descobrirmos e que escolhermos ser, da maneira que nós mesmo quisermos.
Acredito de muitos de nós pela primeira vez pensou a ética como a maneira que cada um se faz, o seu jeito de ser, sua morada, aquele ou aquela que é dono de si.
Conhecemos Heráclito e sua maneira ética de estar no mundo, de fazer-se e assumir-se.
Soubemos que ao longo da história da humanidade as pessoas se organizavam em aldeias de 40 pessoas, quando aumentava o número de pessoas ela se transforma em duas aldeias, facilitando assim a convivência e as relações entre as pessoas.
Mas as cidades vieram e muita coisa mudou, nascemos indivíduos e vamos perdendo isso com a educação que recebemos ao longo da infância, neste momento o Donizete nos faz pensar da maneira que educamos e orientamos as crianças e do equívocos que as vezes cometemos, essa educação que recebemos fez com que cada um de nós procure capas para conseguir viver, porém depois de adulto cabe a nós a escolha de continuar com as capas ou não.
Sendo assim ele nos questiona:
Qual a sua morada?
Qual é o seu jeito de ser?Retoma a Grécia antiga onde as pessoas livres se dedicavam a duas atividades, uma é a ginastica onde as lutas eram feitas com pessoas nuas, pois você luta com aquilo que você tem, o corpo e a habilidade e a outra é a palestra, conversa sobre um tema.
E entendemos aqueles momento em que parece que não cabemos no mundo, estes é quando estamos não conectados com o Cosmo (que seria um mundo ordenado e belo), quando estamos em sintonia com ele estamos na eudaimonia, por isso nas diferentes situações e relações devemos procurar no aqui e agora essa ligação, a vida boa ou a felicidade.
Quando é que sou feliz?
Quando eu me potencializo nas relações, com pessoas, nos lugares e nas ações.
Após explicação sobre as duas fases de formação pessoal, primeira infância e segunda infância, ele nos fez pensar na criança que carregamos sufocada dentro de nós, essa mesma que nos orienta em diversas decisões e essa também é a que atingimos nos outros.
E nos instigou a pensar o novo, pois certos ficamos que não pensamos o que nós pensamos.
Aprendemos sobre a ética dos Samurai que mantinham a honra mesmo após a morte; sobre Sócrates que morre após denuncia de duvidar dos deuses e corromper os jovens, aquele da frase “conhece-ti a ti mesmo”, também sobre Diógenes e a parresía: coragem de dizer tudo que pensa, como seria uma sociedade onde todos pudessem dizer tudo ao outro? E por fim sobre Foucault e a cultura si, na qual nós precisamos estabelecer relação com a nossa criança interna.
O Donizete finaliza com imagens de ligações neurais e de uma placa mãe, simbolizando as relações humanas, que são repletas de atritos, nunca simples e essa explosão de contatos com os outros nos permite potencializar e manifestar o nosso ethos (ética- jeito de ser)
Divergir ou convergir são situações que vão acontecer e a capacidade de dialogar é coisa de adulto, só assim vamos nos restaurando em cada vivência, já que a morada da ética é as relações humanas.
Esperamos que ao longo dos dias não esqueçamos dos ensinamentos e que sempre possamos estar atentos para a flauta que nos chama para o compromisso com nossa aldeia, a boré.
Por Sheyla Melo
Foto da Comissão Organizadora do encontro com o professor Donizete Soares, da esquerda para a direita: Sheyla, Ayeska, Nivaldo, Patricia, Donizete e Mariana
Fotos de Nivaldo Lima
Setembro de 2015
Guaianases - extremo leste
São Paulo