Ao pensar no longo desenvolvimento das máquinas fotográficas, de seu uso cada vez mais constante no dia-a-dia e sua exagerada demonstração de fotografias nas redes sociais, chego a pensar que a foto deixou de ser uma recordação, na qual nos almoços uníamos a famílias para recordar e contar as histórias da época ou para quando estávamos arrumando caixas antigas e lá as encontravamos, fazendo parar toda faxina para apreciar a nossa própria história, aguçar a memória e este afastamento de seu objetivo inicial me leva a refletir sobre sua nocividade para a humanidade.
As imagens tentam cada vez mais mostrar mais do que somos, crescer o que vivemos e assim transborda nossa vaidade, não mostra o que realmente somos ou vivemos e sim o que eu gostaria que os outros vissem de mim.
Penso o quão insignificantes somos diante do universo e por isso mesmo são as pequenas e insignificantes coisas que mais importam para nós, hoje revendo algumas fotos percebi que o que mais valia era a emoção, os sorrisos verdadeiros e a simples alegria de viver.
Carl Sagan devia estar certo quando dizia que somos um átomo dentro de um pálido ponto azul numa faísca de sol
É talvez sejamos mesmo.
Esta foto me fez repensar o que somos e vivemos, sendo impossível não lembrar das pessoas que vieram antes de nós e que formaram aquilo que é mais precioso: a família, lembrei também dos amigos, do namorado distante, mas não tanto assim. Hoje pude pensar em cada um deles e na sua importância para mim, tentei buscar uma imagem para explanar esse afeto, sem sucesso e por isso mesmo a imagem acima se faz incrível, esse pontinho no meio do nada mostra todos nós.
Desejo neste momento um abraço em cada ser especial na minha vida e um mais forte em minhas avós: Elzi Melo e Natércia Alves, fortes guerreiras, elas iluminam a minha imaginação na busca de tornar esse pontinho azul em um mundo melhor.
Sheyla Melo
11/01/2015
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