Discutindo os erros, aprendendo com o que foi feito e na busca para que todos tenham o direito de falar.
O Centro de Estudos de Mídia Barão de Itararé, organizador do 3ª Encontro de blogueiros e ativistas traz a tona reflexões sobre os riscos que corre a liberdade de expressão no país.
Mediada por Renata Mielli do FNDC (Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação), com a apresentação da Campanha calar jamais, que recebe denúncias de violações e perseguição a jornalistas e blogueiros.
Gleisi Hoffmann, senadora pelo PT - PR, afirma que a mídia brasileira possui um oligopólio da comunicação, com uma concentração econômica e de interesses privados, essa situação foi estabelecida com a agência de regulação que nasceu em 1962, no período da pré ditadura, permitindo as concessões para poucos grupos.
Gleisi atual presidente do Partido dos Trabalhadores afirma “Sem uma informação plural temos a censura”, segundo a senadora é preciso debater a regulação da mídia e também discutir a qualidade de conteúdo exibido.
Luciana Santos, deputada federal pelo PCdoB - PE faz a ligação do atual momento do país com as manifestações de julho de 2013 no qual intensificou-se a radicalização do campo ideológico e político brasileiro.
Ela também é presidente do Partido Comunista do Brasil e relembra que Lula ganhou um governo, mas que nunca foi aceito pelas bases conservadoras e que retiradas de presidentes populares do poder, não é um fato isolado, existem diversos na América Latina, aqui o último surgiu com o discurso de buscar o fim da corrupção e com pouco tempo já mostram um imenso retrocessos.
E destaca que a regulamentação dos meios de comunicação avançou muito pouco, mesmo no governo petista não houve o fim do monopólio na comunicação.
“Onde foi que erramos?” é o questionamento da jornalista Maria Inês Nassif, para ela erramos no engano de acreditar que uma vitória eleitoral representava a conquista da hegemonia e que a mídia não abalaria, pois ela foi o verdadeiro partido de oposição.
Outro erro foi o conformismo que os programas sociais do governo e seu benefício de retirar as pessoas do nível de pobreza, acessando o consumo, faria com que as pessoas não caíssem nos ataques da mídia.
O discurso anticorrupção trouxe junto o discurso conservador em retrocesso de lutas de anos, como a criminalização do aborto, LGBT, maioridade penal, entre outros.
E Altamiro Borges, presidente do Centro de Estudos da Mídia Alternativa Barão de Itararé, define que vivemos um novo golpe, um golpe essencialmente midiático, onde políticos e juristas viram personagens.
Essa mídia ajudou esse golpe e agora é um período muito perigoso, corremos sérios riscos da falta da liberdade de expressão, é um cenário sombrio, tornando estado de exceção, com desmontes do Estado, do trabalho e da nação é o projeto neoliberal contra a democracia.
A mídia alternativa está sofrendo uma asfixia dos patrocínios que podem fazer o fim de publicações críticas
Por isso a luta pela liberdade de expressão, que todos tenham o direito de falar!
O encontro contou com a presença de jornalista, estudantes, representantes políticos, blogueiros, ativistas e interessado na compreensão no tema, esse foi o primeiro dia do 3ª encontro que aconteceu no Sindisep nesta sexta (09/6) e no sábado (10/6) continuará com muito mais.
Por Sheyla Melo
Projeto Repórter do Futuro - Oboré
Colaboração Rua de Fazer e Moda em Movimento