segunda-feira, 22 de maio de 2017

A relação entre mobilidade e violência contra a mulher


Por Sheyla Melo


Frederico Bussinger no último encontro do repórter do Futuro que aconteceu no dia 20 de maio de 2017 na  Câmara Municipal de São Paulo nos traz um posicionamento sobre a mobilidade e a logística na cidade de São Paulo.


De início ele faz o comentário sobre a predominância feminina no grupo, que é complementada por Sérgio Gomes com o dado que 75% da categoria de jornalistas são mulheres. Freddy inicia então com a partilha que vem com a afirmação de um ceticismo por mudanças vindas da lei, é certo que existem muitas leis no país que ainda não são cumpridas ou que não fazem a mudança na mentalidade das pessoas, mas ela é fundamental, uma opinião diferente é de especialistas em educação que garantem que o ECA - Estatuto da Criança e do Adolescente marca uma nova forma de encarar a infância. Para Flávia Biroli a legislação garantiu avanços para o feminismo, ela define em seu livro Feminismo e Política  que a conquista na “legislação relativa à violência doméstica e ao estupro se apresenta como avanços não apenas na contenção dessas formas de agressão contra a mulher, de modo mais específico, mas também na definição dos direitos das mulheres à autodeterminação”.

Frederico Bussinger é Engenheiro, Consultor Técnico e ex-Secretário Municipal dos Transportes de SP
Ao ser questionado sobre se a violência contra a mulher tem relação com a mobilidade, a resposta de Bussinger é que o transporte por atingir todos o território de São Paulo sempre terá dados de violências, já os dados obtidos pelo Estado de São Paulo por meio da lei de Acesso à Informação relata que em 2016 foram 188 casos relatados nos trens e 31 em ônibus, sendo 4 casos por semana registrados.

Outro fato é que pessoas estão mais vulneráveis por passarem tanto tempo no transporte ou na rua aguardando os longos intervalos entre os ônibus e neste caso se o transporte estiver lotado, maior ainda é o risco de assédio às mulheres. Logo as locomoções das pessoas das bordas para o centro eleva problemas na mobilidade e nessa ideia ele converge ao falar que outro ponto que potencializa o problema da mobilidade é a criação de conjunto habitacionais isolados e o quanto isso impacta no transporte.

Apresentado por Frederico a ideia do amanhã sempre provocou o ser humano.
Como será a cidade do amanhã? Qual o projeto para o futuro? Sua reflexão direciona que o sucesso está na atuação do presente e também a aponta para o papel do jornalista como um difusor de  informações para garantir mudanças. Fico na expectativa que essa cidade do amanhã seja mais humana, para tanto que seja sem violência, discriminação e concentração de privilégios.


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