sexta-feira, 5 de maio de 2017

Silenciar a greve geral é grave

Por Sheyla Melo

Uma das maiores greves da história do país com as reivindicações de garantia de direitos já conquistado por muitos anos de luta e que, por decisões que acontecessem da noite para o dia, podem ser tirados, afetando principalmente a maior parte da população, esta que não possui a riqueza do país.
         imagem de Aloisio Mauricio

Uma greve que não foi anunciada ou noticiada nas maiores emissoras de TV, gerando um silenciamento desta pauta. Silenciar uma greve geral, é grave! Na manhã do dia 28 de abril de 2017 as estações de trem e metrô estavam vazias, bancos, escolas e comércios fechados ou boicotados pelo combinado de não comprar nada! E era o assunto nas redes sociais, a todo momento publicava-se fotos, áudios, vídeos sobre os acontecimentos e pontos de vistas de diversos locais.

Greve essa que mobilizou intelectuais, artistas, estudantes e trabalhadores/as, no relato de duas mulheres de Guaianases, trabalhadoras do serviço socioassistencial que foram pela primeira vez a sensação de ir a greve era de medo, mas sobretudo uma satisfação de contribuir para um país melhor para todos nós!

Para Idalina Soares, 63 anos a experiência da greve geral “Foi bomba pra todo lado, um quebra pau pra todo lado e a gente ficou com medo de acontecer o pior, mas a gente fez a parte que podia fazer, às 21h15 nós viemos embora e o pau ficou quebrando lá ainda, ficou um quebra-quebra lá, polícia pra todo canto, o importante é que a gente fez a nossa parte né”

Marília Isabel, 31 anos, informa que teve alguns confrontos: “eu que só via na tv, agora eu tava lá no meio, dá um medo mas também dá uma sensação legal e agora vou em todas se eu puder”

E Aline Moreno, 26 anos, já havia acompanhado outras manifestações e nos diz que a greve “Foi um ato em defesa dos direitos da classe trabalhadora, durante a concentração ficamos cercados por policiais armados, começamos a caminhar pelas ruas, tinha muitas pessoas e até crianças, havia policias com o rosto coberto em posição organizada, pareciam prontos pra guerra, mesmo assim seguimos com o ato, em alguns momentos tinha aquela correria, bomba de gás, a todo momento a repressão, violência física e psicológica por parte dos policiais para com os manifestantes”.

Nesta greve mesmo com pouca, ou nenhuma, transmissão da greve na TV as pessoas foram para as ruas e lá vivenciaram uma grande mobilização popular e em suas memórias os seus pontos de vista nunca serão silenciados.

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